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Mostrando postagens de abril, 2012

RESENHA: A Arte da Prudência

Muitos são os livros que dão conselhos e que procuram nos indicar os melhores caminhos a seguir no que diz respeito a nossa forma de agir e de lidar com as pessoas. Muita divagação e pouca objetividade é o que mais vemos nas prateleiras das livrarias que possam tratar deste tema: relações interpessoais. É muito “achismo”, muita opinião subjetiva e há ainda aqueles que falam aquilo que acreditamos ser o óbvio. Fico impressionado de observar a grande quantidade de títulos que procuram associar a figura de um grande personagem histórico ou então de um livro às questões de ordem empresarial, porém de forma pouco lapidada, apenas chamativa. Exemplos do que estou querendo ilustrar são: Napoleão CEO, Madre Teresa CEO, A Arte da Guerra nos Negócios etc. Tudo no sentido de ilustrar novas estratégias ou então receitas rápidas de como ganhar dinheiro etc. Eu penso que o sucesso destas obras está ligado diretamente à bruma de mistério e ignorância que estas personagens e suas obras c

Ética e integridade pessoal

tunc intelleges iustitiam et iudicium et aequitatem et omnem semitam bonam [1] Provérbios 2:9 Segundo a tradução da Bíblia Hebraica para o verso 9 de Provérbios capítulo 2: “Compreenderás que integridade, justiça e equidade é que conduzem a todos os bons caminhos.” [2] Integridade, justiça e equidade. Três termos muito caros a todo e qualquer ser humano moderno. Uma tríade de pensamento e discussões que permeiam todo e qualquer âmbito social em nossa frágil organização enquanto sujeitos de um processo histórico. No entanto, hoje, me deterei apenas na questão da integridade e de como a ética pode (e deve) intervir neste processo de se atingir a integridade pessoal. Não é à toa que resolvi refletir e compartir com vocês este tema. Nesta última sexta-feira a noite tive a oportunidade de assistir a mais uma palestra do professor e pastor Antonio Braga. [3] Naquela noite ele proferiu palestra com o tema “Santos de Pau Oco” onde desenvolveu a questão falando sobre a i

RESENHA: Antígona e o Direito

Movido pela empolgação da minha primeira leitura da Antígonade Sófocles , fui buscar algumas referências que pudessem corroborar com as minhas impressões acerca da questão do Direito e da Justiça. Foi então que encontrei a obra do prof. Marcelo Alves, Antígona e o Direito, Editora Juruá, 2008. Estou na minha infância, no que tange aos estudos de Direito, mas tenho observado, de colegas que já são operadores de direito, várias lacunas em sua formação acerca de questões principiológicas e filosóficas que envolvem o Direito. Não são poucos os que simplesmente se tornam meros operadores de direito, perdendo-se em inúmeras técnicas processuais e perdem o foco do sentido de se fazer Justiça. Duas obras, na minha opinião, deveriam ser estudas pelos aspirantes a advogados logo em seu primeiro ano de ingresso na faculdade de Direito. A Antígone de Sófocles e a Cartas aos Romanos do apóstolo Paulo. São obras bem distintas, mas que tratam essencialmente do mesmo tema: a obediência (ou n

RESENHA: Princípios Gerais de Direito

Vivemos em uma sociedade em que as transformações das relações sociais são extremamente rápidas e, muitas vezes, pouco duradoras. Com base nesta constatação, acreditamos que o Direito deva acompanhar estas transformações e não se prender a dogmas e preconceitos. Para que isso possa acontecer o jurista deve estar sempre aberto às novas perspectivas que cada caso gera e sempre que a Lei silenciar e/ou não apresentar caminhos que possam resolver a questão, deve o julgador buscar em diversas fontes externas a Lei algo que possa servir de baliza para a solução do contencioso. Movido pelos meus estudos acerca da " Função Social dos Contratos e a Livre Iniciativa ", acabei lendo o excelente livro do prof. Rubens Limongi França. Não foi por acaso que me deparei com esta obra científica do prof. Rubens Limongi, Princípios Gerais de Direito , 3ª Edição, Editora Revista dos Tribunais, 2010. Estudando na obra do prof. Flávio Tartuce (falarei da obra em outra ocasião) Função

A quem serve a Lei? Uma visão de Antígone de Sofócles

Há muito estava para fazer uma leitura de uma das tragédias gregas mais conhecidas, a peça Antígone de Sófocles. O motivo é simples, sempre ouvi dizer do desafio que a personagem faz às leis afim de fazer valer um princípio que ela, Antígone, julga ser legítimo e que está acima de leis. Para me valer desta experiência maravilhosa me ocupei da tradução que o prof. Trajano Vieira fez desta obra de Sófocles e editado pela Perspectiva em 2009. A trama é simples, mas cheia de significado no que tange ao direito natural, ao costume, a um direito inerente ou mesmo aos ritos religiosos. A convição de Antígone em exercer um ato que ela crer de ser de seu direito e que não pode ser negado pela determinação de alguém com base em argumentação pessoal ou mesmo subjetiva. O que a motiva é o enterro do irmão Polinices que foi proibido pelo rei Creon. Creon, crê que Polinices não merece um enterro porquer julgou os atos do irmão de Antígone, atos de tradição e na sua visão de valor um traidor